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Discente Ellen Monielle do Vale Silva e Guilherme de Lima Souza publicam capítulo “Decolonising social movements in Latin America: An approach over the internationalization of the Landless Workers Movement (MST)”
A discente do PGPCI/UFPB Ellen Monielle do Vale Silva e Guilherme de Lima Souza publicam capítulo “Decolonising social movements in Latin America: An approach over the internationalization of the Landless Workers Movement (MST)”. O capítulo é parte do livro “Decolonizing Politics and Theories from the Abya Yala”.
O livro pode ser baixado na íntegra e gratuitamente aqui: https://www.e-ir.info/publication/decolonizing-politics-and-theories-from-the-abya-yala/
Confira o resumo em português:
O estabelecimento de diferentes dinâmicas de relações, as formas de exploração do trabalho e produção-apropriação-distribuição, consolidadas na constituição histórica da América, lembra-nos que a expressão da dominação colonial continua profunda e duradoura. Por sua vez, as forças motrizes latino-americanas dos movimentos sociais de lutas territoriais estão interligadas ao longo de trajetórias coletivas no enfrentamento dos efeitos predatórios da globalização capitalista. Enquanto o desenvolvimento do capitalismo estimulou a concentração da terra, os trabalhadores rurais brasileiros convergiram para o I Encontro Nacional pela Democracia Agrária, em 1984, e lá decidiram fundar um movimento camponês nacional, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com três objetivos principais: lutar pela terra, lutar pela reforma agrária e lutar pela mudança social do país. A fim de analisar sua articulação e processo de internacionalização, este artigo busca compreender as perspectivas que consolidam a solidariedade de classe transnacional entre os movimentos da região. Inicialmente, serão abordadas as noções de colonialidade do poder, globalização e desenvolvimento do capitalismo de Aníbal Quijano, bem como os conceitos de terra e território/lugar de Arturo Escobar ligados à ascensão do MST. Em seguida, serão analisadas as articulações internacionalistas do movimento, enfatizando os compromissos com redes e organizações de luta pela terra e suas reivindicações comuns. As ações do MST são discutidas à luz das perspectivas decoloniais, como elemento unificador de lutas para enfrentar os desafios transnacionais do extrativismo e da decomposição das economias camponesas na América Latina. Portanto, a organização internacionalista do MST representa parte importante de um processo que articula a defesa de uma identidade territorial pluriversal como contrapeso radical à desterritorialização provocada pela sistema moderno/colonial.