Pretende-se analisar as configurações discursivas do entrelaçamento entre memória e arquivo na teoria e nas práticas arquivíticas no Brasil, considerando-se: o impacto das permanentes demandas sociais por conexão com o passado apresentadas pela pluralidade de grupos e identidades aos arquivos, o percurso histórico de institucionalização do campo arquivístico no país desde a década de 1970, as estruturas de natureza pública e privada que patrimonializam, preservam e dão acesso a acervos arquivísticos, os limites dos procedimentos e sujeitos envolvidos nos processos arquivísticos de uso dos arquivos nas políticas de memória e as possibilidades de transformação social pelo acesso a direitos coletivos e individuais por meio dos arquivos. São objetivos específicos: problematizar as produções discursivas que configuram construções de memória por intermédio de políticas, programas e projetos arquivísticos nos setores público e privado; subsidiar o ensino e a pesquisa em Memória Social no que se refere à compreensão de sua relação com o fenômeno arquivístico; reconhecer as políticas de memória a partir dos arquivos como processos e produtos histórico-sociais com suas dimensões contemporâneas. O campo empírico desta investigação encontra-se referenciado da seguinte maneira: dispositivos legais que caracterizam o estatuto jurídico do campo dos arquivos no Brasil; programas institucionais que anunciam o reconhecimento dos arquivos no território da construção de memórias; produção de conhecimento em Arquivologia plasmada na literatura da área no país desde a década de 1970. A abordagem metodológica desta proposta está baseada nos recursos teóricos da análise do discurso vertente francesa, pressupondo a centralidade da memória nas sociedades ocidentais contemporâneas, e sua conexão com o campo dos arquivos. Insere-se no Grupo de Pesquisa MIDisC Memória, Informação, Discurso e Ciência?, liderado pela professora Evelyn Orrico. Está associada ainda à atuação no ensino e na pesquisa junto à graduação em Arquivologia na UNIRIO.