RECOMENDAÇÕES PARA RECONFIGRAÇÃO DO ACERVO DA SEÇÃO DE MEMÓRIA E ARQUIVO DO MUSEU NACIONAL APÓS O INCÊNDIO (2019)

Jorge Dias da Silva Junior

Recomendações para reconfiguração de acervos de arquivo sinistrado. Esta pesquisa teve
como objetivo servir de orientação para o desenvolvimento de um plano de recuperação do
acervo pós-desastre, o que envolveu o desenvolvimento de produto técnico-científico
recomendado para reconfiguração de acervos de arquivos sinistrados. O estudo analisa a
reconfiguração de acervos arquivísticos sinistrados por meio de representantes digitais do
acervo original perdido, considerando o caso da Seção de Memória e Arquivo do Museu
Nacional (SEMEAR), sinistrado em setembro de 2018, em que um incêndio destruiu todas as
instalações da mais antiga instituição científica do país, o maior museu de História Natural e
Antropologia da América Latina. Com o sinistro, perdeu-se praticamente todo o acervo da
SEMEAR. No intuito de reconstruí-lo, emergiu a ideia de reconfigurá-lo a partir de seus
representantes digitais, a serem disponibilizados pelos pesquisadores que os receberam.
Diante disso, surgiu o problema desta pesquisa: É possível reconfigurar acervos sinistrados a
partir de representantes digitais, sob o ponto de vista da teoria arquivística clássica? Quais são
as implicações teóricas e práticas? Do ponto de vista metodológico, buscou-se na literatura
nacional e internacional os princípios basilares da Arquivologia relacionados ao uso de
tecnologias digitais na constituição, uso e preservação de acervos. Nesse sentido,
contextualiza-se os princípios da Ordem Original e da Proveniência, identificando suas
características e prerrogativas. Na pesquisa realizada surgiram novas abordagens para os
princípios, que, neste caso, apontaram um enfrentamento entre teoria e prática, em que se fez
uma releitura dos marcos teóricos para atender às exigências do ambiente digital e a
necessidade de respostas para as demandas da sociedade. Destacam-se as prerrogativas da
Preservação digital, com adoção de estratégias de armazenamento e acesso ao acervo, e os
marcos legais do uso dos documentos digitais no Brasil. Esta pesquisa adota uma posição
conceitual sobre o uso dos representantes digitais caracterizando-os como documentos de
arquivo, o que possibilitará, dessa forma, a reconfiguração do acervo. Um dos resultados da
pesquisa foi constatar a ausência de publicações sobre a temática de tratamento de acervos
arquivísticos sinistrados. Nesse sentido, observou-se a necessidade de criar um grupo de
trabalho para planejamento das etapas, definição de responsabilidades, identificação de
recursos, estabelecimento de prioridades no tratamento de arquivos a serem recuperados. Para
tanto, sugere-se a mobilização de potenciais possuidores de representantes digitais do acervo;
envolvimento da sociedade através de uma narrativa de pertencimento do arquivo; construção
do processo de recebimento de representantes digitais do acervo perdido; definição da
infraestrutura de armazenamento e implantação de plataforma de acesso.

Texto completo disponível em: file:///home/chronos/u-9bdee1422d0c536a79df1aa613930d2c13df8e92/MyFiles/Downloads/JORGE%20DIAS%20DA%20SILVA%20JUNIOR%20(1).pdf

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