O Programa Ilha da Pintada: Mulheres, Trabalho & Desenvolvimento Sustentável, tem como seu objetivo geral propôr, numa perspectiva interdisciplinar, estratégias que incentivem o fortalecimento dos laços de pertencimento entre seus moradores, a partir da musealização de seus saberes e fazeres e criação de novas possibilidades de geração de renda em atividades de desenvolvimento sustentável. A sua missão, definida coletivamente, é recuperar as memórias da comunidade em relação às tradições açoriana, indígena e africanas, a fim de valorizar o patrimônio cultural da Ilha. Fundamentado nos pressupostos da Museologia Social, parte da ideia de que o museu, hoje, avança com um potencial transformador do conceito de cultura, e se torna um espaço de democracia, onde são gestadas novas formas de convivência, através da valorização da diversidade cultural, das memórias e dos saberes locais. Integrado às diretrizes da Política Nacional de Extensão Universitária, utiliza metodologias que buscam incentivar ações de valorização do patrimônio local, gestadas num processo de planejamento participativo e solidário, que valorizem as pessoas, o trabalho coletivo, a equidade e cooperação, calcadas nos princípios de solidariedade, democracia, cooperação e da preservação ambiental, e que tem como meta a construção de um projeto de desenvolvimento sustentável no Bairro Arquipélago, onde se situa a Ilha da Pintada. No campo acadêmico, busca construir meios para ampliar o diálogo e a interface entre os moradores da Ilha da Pintada e os alunos e professores dos cursos de Museologia, Administração, Design, Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Biblioteconomia e Arquivologia, mediados pelos saberes museológicos e, assim contribuir para que se reconheçam no outro e reflitam sobre seu próprio papel na sociedade, como futuros profissionais. A sua metodologia inclui: a) o inventariamento das tradições, lendas, religiosidade e demais elementos de tradição açoriana, indígena e afrodescendente que persistem e constituem o seu patrimônio cultural; b) a utilização do recurso das rodas de memória com moradores para o registro de suas memórias; c, a reunião e análise de documentos sobre a história, tradições e eventos importantes para a recuperação da história cultural e política da Ilha no panorama da cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul; d) a realização de ações de educação para o patrimônio nas duas escolas locais; e) a produção de documentários para publicação no Youtube; f) a montagem de exposições temporárias em circuito por diferentes espaços públicos da Ilha e do Bairro Arquipélago; g)a implantação de um Museu de Percurso, composto por painéis expostos ao ar livre dentro de um mapa cultural da Ilha, com narrativa expográfica já constituída nas edições anteriores do Programa; h)a atualização do Museu Virtual Ilha da Pintada (museudailhadapintada.org/) da página do Museu no Facebook (https://www.facebook.com/MuseuDaIlhaDaPintada) e do seu blog (artescama.blogspot.com); e, finalmente, i) a implantação de uma rota de ecoturismo que fortaleça o empoderamento das pessoas em relação ao seu território e aos seus pontos de memória, e que colabore para reduzir a invisibilidade da Ilha da Pintada para os moradores da cidade de Porto Alegre.
PROGRAMA ILHA DA PINTADA, MULHERES, TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2014-2015)
- Autor do post:pesquisasarquivisticas
- Post publicado:13/05/2024
- Categoria do post:Docente / Projetos de extensão
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Tags: Arquivologia, Cultura, Memória, Patrimônio, Patrimônio Cultural, Preservação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)