PERSPECTIVAS TEÓRICO METODOLÓGICAS DA CLASSIFICAÇÃO ARQUIVÍSTICA ORIENTADA AOS DOCUMENTOS DIGITAIS (2024-Atual)

Julianne Teixeira e Silva

Visa o envolvimento de alunos da graduação e pós-graduação no sentido de proporcionar aos discentes imersão na temática dos documentos digitais, uma vez que é um fenômeno que precisa ser cientificamente explorado. A sociedade vem demandando providências em relação ao comportamento desse fenômeno. Dito de outro modo e especificando o problema, é preciso conhecer melhor o valor legal e probatório desses documentos, suas estruturas, seus riscos, suas potencialidades. Atrelado a isso, por outro lado é preciso também analisar suas capacidades de ser fonte histórica para a memória social e compreender melhor como arquivistas e demais profissionais da tecnologia da informação poderão realizar a preservação desses documentos ao longo do tempo. Dito isso, espera-se que os discentes envolvidos no projeto tenham interesse autêntico pela pesquisa científica, estimulando a investigação acadêmica no âmbito da arquivística. A intenção é a de que se promova aos alunos de Arquivologia o gosto por observar fenômenos empíricos com olhar crítico. Que sejam aptos para entender o método científico como uma prática capaz de desenvolver habilidades de análise e resolução de problemas. Espera-se ainda que com a iniciação científica exercitem a análise crítica e o pensamento independente para serem vetores de transformação social por meio de sua atuação no campo científico. O plano de classificação arquivística é um instrumento técnico norteador para o trabalho do arquivista. Este instrumento permite ao profissional atribuir ao documento um local de armazenamento, bem como garantir que o mesmo mantenha sua cadeia de custódia e vínculo com órgão ao qual pertence. Além de possibilitar a rápida e eficiente localização e recuperação do documento. Com a adoção cada vez mais frequente dos documentos digitais, surge a premente necessidade de repensar os instrumentos de gestão arquivística, uma vez que foram pensados para uma realidade regida pela fisicalidade dos documentos em suporte papel sendo que seus fluxos, da tramitação ao armazenamento, aconteciam de modo linear. As tecnologias digitais da informação e comunicação imprimem nova dinâmica ao fazer arquivístico, uma vez que o torna mais célere e complexo. Rios e Cordeiro (2010, p.135) explicitam sobre a necessidade de diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, para a sustentação dos princípios teóricos e metodológicos que devem ser levados em conta na construção de planos de classificação para documentos arquivísticos. Além da complexidade do entorno digital, Sousa (2022, p. 17) enfatiza que existem poucos estudos metodológicos sobre a elaboração de planos de classificação funcional. O autor alerta sobre a fragilidade conceitual dos principais elementos evocados para essa construção. Tais constatações corroboram com a proposta desta pesquisa e reforça o quanto a Arquivologia precisa de investimentos na formação de novos pesquisadores, objetivo primeiro deste projeto de iniciação científica.

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