Derek Warwick da Silva Tavares
O estudo considera os arquivos como instituições e espaços de consignação e hermenêutica que possibilitam o controle e o acesso às informações, mas que, para, além disso, situam-se em zonas de inter-relacionamento político. Ao abordar a governamentalidade, busca situa-la como um instrumento heurístico das práticas e técnicas de execução do governo no interior de racionalidades políticas. As concepções se articulam para poder perceber as relações estratégicas, técnicas que promovem as racionalidades constitutivas do arquivo enquanto instrumento de poder político. Assim, a pesquisa descreve as dinâmicas da instituição arquivística a partir do conceito de “governamentalidade”, tal como desenvolvida na obra de Michel Foucault. Para tanto, empreende reflexões acerca dos contextos que levariam à sobredeterminação do fenômeno informação e dos quadros da memória social a partir das racionalidades constitutivas dos arquivos. Adota como princípio metodológico a noção de “genealogia” presente em Foucault e Nietzsche, que conduziu à caracterização de uma pesquisa de delineamento bibliográfico, no uso restrito de fontes secundárias para articular elementos teóricos, conceituais e analíticos das concepções de “governamentalidade”, racionalidade e arquivo que, por sua vez, foram substanciais para o empreendimento procedimental da investigação em nível descritivo. Considera ainda que o arquivo é um dispositivo de poder político, por meio do qual são operadas ações de governamentalidade nas instâncias de controle da informação e dos saberes, e ainda de vigilância, na captura, no registro e uso da informação em práticas panópticas. Trata-se, portanto, de uma pesquisa que apresenta o arquivo como um instrumento estratégico políticoadministrativo do Estado, através do uso disciplinar e vigilante da conduta dos sujeitos e da população.
Texto completo disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/16344/1/Arquivototal.pd