O ATO NARRATIVO E A ÉTICA NA DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO DE ARQUIVO (2016 – 2020)

Gilberto Gomes Cândido

A representação descritiva na arquivologia perpassa por alguns processos do fazer arquivístico correlacionado as suas funções, tais como: avaliação, classificação, dentre outros. Nesta pesquisa a função explorada foi a descrição do documento de arquivo por meio da abordagem teórica conciliada a prática do fazer e como fazer, em que se apresenta o andamento do processo da descrição para com a representação do documento de arquivo, perpassando pelas normas internacionais de descrição até a concepção pós-moderna. Intuito da pesquisa foi buscar a compreensão acerca dos aspectos do ato narrativo e da ética sobre o processo de descrição, de modo a contribuir para com a visualização desses aspectos sobre o processo. Com isto ressaltou-se ainda, que aos processos descritivos são interpretativos e podem vir a atribuírem juízos críticos valorativos e categóricos por meio da visão de mundo do profissional arquivista durante a representação. Dado que o procedimento de descrição aplicado pelo arquivista em sua atuação profissional utiliza-se dos seus aspectos cognitivos ao se basear nas suas interpretações, em que se busca identificar e extrair os elementos/caracteres fidedigno ao conteúdo e ao contexto do documento de arquivo. Logo a representação por meio do processo de descrição não é neutra nem tampouco objetiva, já que se utiliza de percepções cognitiva no decorrer do processo, ou seja é subjetiva. Assim o ato narrativo na descrição pode ser observado como um ato de contar uma história ou (re)contar, em razão disso a ética busca nortear o fazer profissional do arquivista no que concerne a descrição do documento de arquivo, em virtude de que esse processo pode ser percebido como ato de poder por meio da interpretação realizada sobre o documento de arquivo. Posto isto arquivista em sua atuação, tem que se lembrar que a informação em seu âmbito tanto institucional quanto social é para todos os usuários e não para si mesmo, ou classes de grupos dominantes, e que ato de poder na utilização dos processos de representações ocorrem, visto que, quem decide o que e como será representado é o arquivista.

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