Integrantes: Andre Malverdes – Coordenador / João Carlos Furlani – Integrante / Diovani Alves Favoreto – Integrante.
De uma maneira geral, as pessoas guardam documentos que testemunham momentos de sua vida, suas relações pessoais ou profissionais, seus interesses. São cartas, fotografias, documentos de trabalho, registros de viagens, diários, diplomas, comprovantes e recibos, ou simplesmente “papéis velhos”. Esses documentos, quando tomados em conjunto, podem revelar não apenas a trajetória de vida, mas também gostos, hábitos e valores de quem os guardou, constituindo o seu arquivo pessoal. Arquivos Pessoais, em nossa análise, são conjuntos documentais, de origem privada, acumulados por pessoas físicas e que se relacionam de alguma forma às atividades desenvolvidas e aos interesses cultivados por essas pessoas, ao longo de suas de vidas. Essa acumulação resulta da seleção dos documentos a serem guardados, entre todos os papéis manuseados cotidianamente, e vai sendo feita ao longo do tempo. Muitas vezes, principalmente no caso de arquivos privados de pessoas públicas, essa seleção também é feita por auxiliares e, após a morte do titular do arquivo, por familiares e amigos. Patrimônio fotográfico é, em nossa análise, a ideia geral de organização, guarda, preservação e possível divulgação de acervos fotográficos que compreendem também os objetos, incluindo materiais relacionados às indústrias fotográficas, tais como publicações, fotografias, cartazes, materiais publicitários, manuscritos e várias criações, entre as quais estão equipamentos técnicos e conceitos como a perpetuação de técnicas e ambientes caída em desuso associado à reprodução e apresentação desses meios. Incluímos ainda nesse entendimento acervos fotográficos pessoais, profissionais e institucionais e sua importância social, industrial, cultural, artística, histórico e/ou documental. Os arquivos pessoais constituem valiosas fontes de pesquisa, seja pela especificidade dos tipos documentais que os caracterizam, seja pela possibilidade que oferecem de complementar informações constantes em arquivos de natureza pública. O crescimento das pesquisas nas áreas de história da vida privada e história do cotidiano, bem como o interesse crescente pelas análises de tipo biográfico e pelas edições de correspondência escolhida, têm aumentado a procura por este tipo de fonte, chamando atenção para a importância de sua preservação, organização e abertura à consulta pública. Por se tratarem de documentos de natureza privada, os arquivos pessoais reúnem muitas vezes informações cujo acesso pode comprometer a intimidade do seu titular ou de terceiros. O Brasil hoje já dispõe de um corpo de leis regulamentando várias questões na área de arquivos, entre elas, o acesso a informações de natureza privada. Além da lei 8.159, de 1991, conhecida como Lei de Arquivos, que possui um capítulo dedicado aos arquivos privados, o decreto 2.942, de 1999, e a Resolução nº 12, do Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, estão voltados para o tema. Em 1990, com recursos próprios, o ex-governador Max Mauro organizou seu acervo pessoal de Documentos Permanentes aproximadamente 80 metros lineares de documentos de caráter público, privado e particular de sua trajetória e de seu pai Saturnino Rangel Mauro. A grande parte do material tem como suporte principal o papel, mas há também quadros, fotografias, cartazes, rolos de filme, flâmulas de tecido, entre outros. Desde fevereiro do ano corrente funcionários e estagiários do Centro de Memória Saturnino Rangel Mauro debruçam-se no tratamento do acervo iconográfico, que possui mais de 11.000 fotos do acervo. Esse acervo, que já estava higienizado e acondicionado dentro dos padrões arquivísticos e agora necessita de passar pela fase de adequação da descrição a NOBRADE e digitalização. As imagens além de mostrarem um pouco das cidades do Estado do Espírito Santo demonstram também o cotidiano e o estilo da política no período em que Saturnino Mauro e Max Mauro estiveram.