O presente projeto é decorrente de uma pesquisa que buscou compreender a proto-história das instituições encarregadas da salvaguarda de documentos e coleções originárias no século XVIII e XIX. Nesse movimento encontramos uma significativa produção de memórias e instruções de naturalistas com repercussão no ambiente da administração portuguesa. Define-se como escopo a identificação e sistematização de fontes decorrentes das ações de cariz científico e administrativo vinculadas ao projeto das Reformas Pombalinas e da ilustração lusa. Depara-se com uma intensa produção textual e documental derivadas da necessidade de um reconhecimento das potencialidades naturais e da sistematização de informações sobre o Império. Ressalta-se que tal movimento, que possui como um dos centros de articulação a Universidade de Coimbra e sobretudo, o naturalista Domingos Vandelli, orientou tanto a realização de viagens filosóficas quanto uma administração ilustrada, envolvendo atividades de observação e escrita de memórias científico-administrativas. Muitos documentos, principalmente as memórias, produzidos e apresentados à administração portuguesa são utilizados pela historiografia como fontes. Mas a utilização destes se realiza sem se levar em consideração o contexto de produção dos mesmos. Em tais análises estão ausentes os vínculos entre o conhecimento utilitário da natureza à administração. Ou seja, como naquele momento o conhecimento científico foi mobilizado como forma de ?melhor administrar?. Nossa proposta é reconhecer e reunir documentos, produzidos por naturalistas e membros da administração portuguesa que estiveram na Capitania de Minas Gerais, nas últimas décadas do século XVIII e primeiras do século XIX. Na contemporaneidade essa documentação encontra-se dispersa em várias instituições de guarda, sendo necessário seu cotejamento e sua reunião intelectual em repertórios e textos descritivos e analíticos que resignificam a relação ciência e administração colonial.