A aparição do termo identificação na literatura arquivística remonta aos anos 80, como resultado de experiências metodológicas desenvolvidas por grupos de arquivistas que se formaram em países ibero-americanos para solucionar problemas de acumulação de documentos em arquivos, contexto em que se inserem as práticas espanholas e brasileiras, nosso objeto de estudos. Trata-se de uma fase do processamento técnico, de tipo intelectual, que tem por objeto de estudos o órgão produtor e os documentos gerados no exercício de suas atividades. O conhecimento produzido fica registrado em instrumentos específicos e fundamentam o desenvolvimento das funções de classificação, avaliação e descrição de documentos de arquivo e também o planejamento de sua produção. Esta pesquisa tem por objetivo lançar bases teóricas para caracterizar a identificação como função independente no âmbito da metodologia arquivística, sistematizando-a na perspectiva da tradição arquivística brasileira. Neste sentido, alia uma dimensão teórica a uma dimensão aplicada. Do ponto de vista teórico, busca-se especificamente analisar a dimensão conceitual da identificação no contexto das metodologias arquivísticas e sistematizar os procedimentos típicos desta fase, servindo como referencial metodológico para a realização de práticas arquivísticas desenvolvidas no Brasil. Na dimensão aplicada, tem por objetivo desenvolver estudos de caso de identificação arquivística no âmbito de programas de gestão de documentos e tratamento de massas documentais acumuladas em arquivos, verificando a aplicabilidade dos princípios teóricos e metodológicos da identificação para o planejamento do tratamento técnico documental. Recortes temáticos dessas pesquisas vêm sendo abordados no âmbito de projetos de TTC em Arquivologia, PIBIC e do Mestrado em Ciência da Informação da UFF, integrando a produção do Grupo de Pesquisas Gênese Documental Arquivística, UFF/CNP.