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Elisabete Gonçalves de Souza

Discute a natureza dos fundos arquivísticos e o valor de seus documentos no levantamento de fontes para os estudos e pesquisas sobre a memória da educação profissional no Brasil, tendo como marco histórico a criação das escolas do trabalho ou de ofícios nas décadas de 1920-1940. Em termos metodológicos caracteriza-se como uma pesquisa exploratória divida em duas fases. A primeira, realizada entre 2014-2015 objetivou desenvolver metodologias visando à organização de fontes historiográficas sobre a implantação e o desenvolvimento da escola do trabalho masculina em Niterói. Nessa fase, os procedimentos metodológicos privilegiaram a representação descritiva da informação com o objetivo identificar e inventariar a documentação encontrada nos arquivos da Escola Técnica Estadual Henrique, localizada em Niterói, RJ. A segunda fase iniciou-se em 2016 e ampliou o escopo do projeto aproximando-o de questões relacionadas à linha um do PPGCI/UFF – Informação, cultura e sociedade, na qual a pesquisadora se encontra atualmente filiada, tendo como foco os desdobramentos pedagógicos, sociais e políticos que cercam informação produzida no campo educacional. Traz análises preliminares sobre os conteúdos dos documentos levantados na primeira fase da pesquisa, relacionando-os com o contexto sócio-político-econômico no qual foram produzidos: um cenário marcado pelas Reformas Nilo Peçanha (1909) e Fernando de Azevedo (1928), ambas empreendidas no início do século passado e que trouxeram mudanças significativas na organização das relações de produção face às necessidades impostas pelo projeto industrialista em curso, inaugurando um regime de informação, que tinha na escola profissional uma das arestas de sua ideologia. As análises perpassam os debates sobre a monumentalização dos documentos, desmistificando a naturalização de sua produção, procurando entender as relações de força que os tencionaram – no caso dos arquivos escolares, os discursos sobre o ensino profissional no Brasil.