Motivada pela doação, ocorrida em 2014 à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, do arquivo pessoal de seu ex-reitor Guilherme de Figueiredo, a presente pesquisa se vale deste ato institucional como campo empírico para lançar luz tanto sobre natureza processual deste, quanto sobre as demandas que são acionadas no âmbito administrativo a partir da aquisição e recebimento de um arquivo pessoal. Dessa forma, propõe pensar questões relativas à pertinência de uma aquisição desta natureza, em face da relação do perfil do acervo com os objetivos e missão institucionais, assim como também a necessidade de processamento técnico, preservação e fomento do mesmo. Analisa os direcionamentos de natureza
governamental e as políticas públicas em torno destes. Discute questões que impactam diretamente nos usos científicos, acadêmicos e culturais previstos para esse tipo de acervo, quando a aquisição se dá em uma instituição que não tem a guarda como seu objetivo fim. Nesse sentido, aponta aspectos como necessidade de espaço apropriado, recursos financeiros e recursos técnico e humano específicos para gestão destes, além de seu lugar na estrutura organizacional da instituição, tendo em vista a necessidade de delegação de responsabilidades para atender ao contínuo processo de custódia. A partir da experiência de instituições de guarda, ressalta a necessidade de planejamento institucional no tocante à ampliação do capital informacional arquivístico. Registra a necessidade de elaboração e adoção de procedimentos específicos e sugere um modelo
de diretriz para aquisição de arquivos pessoais com o intuito de subsidiar tanto o rito administrativo, como também tomadas de decisão desta natureza, uma vez que o retorno social do patrimônio documental adquirido está intrinsicamente ligado às decisões que antecedem seu recebimento.
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