A REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA: uma análise do discurso Teórico e institucional a partir dos contextos espanhol, Canadense e brasileiro (2010-2014)

Thiago Henrique Bragato Barros

Considera-se a Análise do Discurso uma disciplina que apresenta princípios teórico-metodólogicos capazes de contribuir para a compreensão e delimitação de campos científicos e sociais, pois é por meio do jogo de enunciados, permeado por posições ideológicas coloca-das em jogo no processo histórico-social, que o texto (oral e escrito) é produzido, ou seja, a Arquivística relaciona-se com formações discursivas e formações ideológicas e estão relacio-nadas ao seu processo de construção histórica. Assim, propõe-se a apresentação de elementos histórico-conceituais que ressaltem as diferenças e semelhanças entre a esfera teórica e a esfe-ra institucional na Arquivística. O problema configura-se em buscar sistematizar e identificar o discurso institucional e a teoria Arquivística, construindo um paralelo histórico entre o per-curso da área em tradições cruciais para a prática e a teoria Arquivística na atualidade. A hi-pótese é de que existem diferenças teórico-discursivas entre a Arquivística desenvolvida teo-ricamente e aquela institucionalizada nos arquivos. Neste sentido, a partir das constatações apresentadas em pesquisas anteriores, busca-se caracterizar como o discurso arquivístico constrói-se e comporta-se nas esferas teórica e institucional na contemporaneidade. Por meio da análise das práticas teóricas e profissionais a respeito da representação Arquivística na atualidade pelos autores de três correntes selecionadas (brasileira, canadense e espanhola) e como os mesmos são trabalhados nas instituições Arquivísticas federais destes países. Deste modo, objetiva-se por meio do quadro teórico-metodológico da Análise do Discurso compre-ender como se comportam, se constroem e se desenvolvem esses conceitos na Arquivística, visando a uma possível sistematização conceitual e discursiva da disciplina. Esta análise acor-reu em primeira instância a partir de uma análise teórico-histórica das tradições e em segunda instância atores específicos e fundamentais, no caso teórico e das instituições Arquivísticas que centralizam e demarcam o campo de atuação dos arquivistas no caso, os Arquivos Nacio-nais ou gerais. Chegou-se a delimitação de possíveis formações discursivas na Arquivística uma relacionada ao ?tradicionalismo? e outra ao ?reformismo?. Conclui-se que a Arquivística possui formações discursivas complexas construídas ao longo de sua trajetória e na atualidade passa por um estado de crise e reforma conceitual, na medida em que destacam-se autores que visam acima de tudo a redefinição teórica e revisão de práticas institucionais.

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