Nas últimas décadas os estudos com foco nos arquivos pessoais têm sido recorrentes no Brasil, o que nos mostra um desenvolvimento desta temática. Do mesmo modo, o conceito de patrimônio tem tomado lugar central em discussões políticas relacionadas à sua preservação e ampliação em todo o mundo. O desenvolvimento dos estudos sobre arquivos pessoais afirmam as qualidades informativas históricas destes conjuntos documentais. Mesmo com seu estereótipo de papéis acumulados por uma pessoa, são cada vez mais reconhecidos seus potenciais de representação de um período histórico da sociedade. Este reconhecimento é responsável por elevar seu status junto à comunidade científica e governos, propiciando maior preocupação em preservá-los. Do lado do conceito de patrimônio, o seu desenvolvimento histórico, em consonância com os desenvolvimentos culturais e sociais, gerou uma ampliação de seu sentido. Inicialmente apenas obras arquitetônicas e obras de arte, preferencialmente religiosas, eram entendidas como patrimônio histórico e cultural. Atualmente, este sentido se ampliou drasticamente e muitas novas categorias patrimoniais foram incorporadas. Dentre estas categorias, surge a do patrimônio documental. Um conceito pouco explorado, responsável por gerar mais dúvidas do que respostas. Ciente desta categoria patrimonial, a UNESCO, responsável por desenvolver e coordenar uma série de ações preservacionistas em todo o mundo, desenvolveu o Programa Memória do Mundo. Este programa tem por objetivo estimular a preservação e o acesso a conjuntos documentais considerados relevantes para a memória da humanidade, bem como contribuir para o maior reconhecimento dos valores destes conjuntos. O Brasil é participante deste programa e desenvolve desde 2007 a seleção de conjuntos documentais.
Texto completo disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/93682/duarte_rc_me_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y