ARQUIVOLOGIA E LINGUÍSTICA: reflexões interdisciplinares e discursivas (2017-2019)

Eliete Correia dos Santos

A Arquivologia como uma ciência é investigada nas variadas relações estabelecidas com outros campos de conhecimento, entre eles, destaca-se a Linguística. A análise de discurso em variados suportes de registros e a intermediação documental, o reconhecimento ou leitura do documento, em uma perspectiva discursiva, não pode limitar-se ao texto. Por isso, os estudos linguísticos na interface com a arquivologia apresentam um cenário para avaliar a representação e a recuperação da informação, através da investigação da análise documentária e do processo de indexação. Percebe-se que e necessário avançar nos estudos no campo arquivístico em uma relação interdisciplinar com a Linguística. O objetivo desse projeto é ampliar as discussões linguísticas no campo de saberes arquivísticos. Para isso, escolheu-se o acervo da Fundação Casa José Américo para, através do campo empírico, possa apontar possibilidades de análise documental em uma perspectiva discursiva. Trata-se de uma pesquisa documental de cunho qualitativo. Acredita-se que as correntes discursivas: análise dialógica do discurso (ADD), análise do discurso francesa (AD) e análise crítica do discurso (ACD), bem como as contribuições da semântica e da semiótica, em suas especificidades de procedimentos teórico-metodológicos podem contribuir para ampliar as reflexões no campo arquivístico. Desse modo, o cenário de investigação é amplo e possibilita o aprofundamento da análise documentária como desestabilizadora de uma ordem cultural; a linguagem como uma manifestação viva de uma rede de vozes que vive do presente, mas recorda o seu passado e se projeta para um futuro. Em cada esfera, há um repertório de gêneros que se desenvolve e se complexifica a própria esfera arquivística. Desse modo, acredita-se que é preciso entender o projeto enunciativo como um dispositivo adaptável, maleável que se realiza em cada conjuntura de produção de enunciados nas quais o locutor desenvolve seu papel de mediador entre os sentidos socialmente possíveis e os sentidos que ele efetivamente realiza em termos valorativos.

Deixe um comentário