A avaliação de documentos, sendo um dos importantes cernes epistemológicos da área, desde a explosão documental pós-Segunda Guerra, já trazia novas demandas para o campo dos arquivos, a serem pensadas e sistematizadas em vários países, e lidas pela Arquivística brasileira. Assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar estudo aprofundado sobre as construções científicas e seu uso prático, considerando o contexto digital, referente à avaliação em alguns países de destaque na temática: Estados Unidos, Canadá e Austrália, bem como a experiência do Brasil a partir desses debates internacionais. A problemática que a pesquisa se propôs a estudar tem como questão central: houve alterações epistemológicas na avaliação dos documentos de arquivo, levando em consideração o advento do contexto digital? As hipóteses trabalhadas nesta pesquisa foram que a avaliação passa por alterações epistemológicas ainda em fase de amadurecimento, o que inclui o repensar de suas teorias e práticas, em contextos mutáveis como o mundo digital e, no Brasil, a influência da corrente teórica shellenberguiana ainda é predominante. Conhecer esses percursos e os debates produzidos fortalece nossa história científica e nossa identidade própria para continuar evoluindo no campo científico. No que se refere à metodologia, a pesquisa é de caráter qualitativa, exploratória e explicativa; empregou como técnicas de coleta de dados a pesquisa bibliográfica e documental e a aplicação de questionários. A conclusão é que as construções teóricas sobre a avaliação de documentos não passam por significativas alterações epistemológicas, mas as práticas sim, pois o contexto digital está paulatinamente alterando o comportamento necessário para realizar a Gestão de Documentos, incluindo a avaliação. O conhecimento e interação dos profissionais que fazem avaliação deveriam ser mais próximos, o que ajudaria a ampliar suas visões e habilidades em processos de avaliação. No Brasil, precisamos criar condições estruturais para que a Gestão de Documentos se concretize, em diálogo com a teoria, para responder de forma mais eficaz às demandas dos novos contextos que enfrentamos.
Texto completo disponível em: http://hdl.handle.net/1843/44651