A CAMPANHA DE APERFEIÇOAMENTO E DIFUSÃO DO ENSINO SECUNDÁRIO (CADES) EM SANTA CATARINA (2019)

George Fredman Santos Oliveira

No ano de 1953 o Ministério da Educação e Cultura publica o Decreto nº 34.638 que institui a Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES). Campanha franqueada por farta propaganda no território nacional, estratégia distintiva dos governos desde Getúlio Vargas nos meios comunicadores, ocorrência que indica a capilaridade deste projeto governamental para a formação de professores do ensino secundário em todo o Brasil. Em Santa Catarina um periódico local informa a chegada da Campanha naquele ano, como previsto no Decreto instituidor, foram desenvolvidas muitas atividades no interior e na capital mediadas por agentes, entre os quais a Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Santa Catarina, a Inspetoria do Ensino Secundário no estado, e – logo após a criação da Universidade Federal de Santa Catarina no início dos anos 1960, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Esta dissertação investiga o desenvolvimento da Campanha em Santa Catarina apropriando-se como corpus da pesquisa qualitativa os documentos presentes nos acervos da Universidade Federal de Santa Catarina, Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, Hemeroteca Digital Catarinense, Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Arquivo Nacional e da página na rede mundial de computadores Domínio Público do Ministério da Educação. A pesquisa sobre a Campanha em Santa Catarina registra a fisionomia histórica e sociológica da formação de professores por este instrumento governamental numa reflexão descendente-ascendente articulando pressupostos teórico-metodológicos seminais como os pensados por Durkheim e Weber, e autores contemporâneos, entre os quais Adorno, Austin, Bourdieu, Benjamin, Habermas, Wittgenstein. A conclusão desse trabalho propicia encontrar a conjunção desse modelo de ação governamental (o campanhismo) sobre a educação no plano nacional e estadual em movimento, como um pêndulo sobre um arco histórico-sociológico que se estende entre as leis orgânicas da década de 1940 até a Lei de Diretrizes e Bases dos anos de 1960, cujo desfecho, após um intenso investimento na conversão semântica do ensino secundário em ensino médio, fundamentado na linguagem justecnocrata da Diretoria do Ensino Secundário do Ministério da Educação e Cultura, há a colisão contra o ramo de ensino chamado ensino secundário e a abertura do modelo que ocupará o seu lugar na reforma do ensino de segundo grau do ano de 1971.

Texto completo disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214753

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