O crescimento do uso da tecnologia como mediadora da ação das pessoas e instituições ocasionou o aumento do número de registros de atividades em ambientes digitais. Gerir e armazenar tais registros, conforme critérios que permitam a sua organização e acesso no presente e no futuro, constituem-se em um desafio para a comunidade científica e profissional da área de informação. No contexto da transformação digital do serviço público, as universidades federais concentram várias demandas relacionadas à criação e armazenamento desses registros digitais. Para as finalidades deste trabalho, entende-se como registro digital o conjunto de atributos que permitem que os dados constantes de um documento em ambiente digital possam se tornar um documento manifestado e acessível ao usuário no decorrer do tempo, associado ao conteúdo que o fundamenta, e às transações e requisitos que o tornam válido, e que, quando criado para evidenciar e servir de prova das atividades de uma pessoa ou instituição, é um registro digital arquivístico. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo estudar como se constituem os registros digitais arquivísticos produzidos pelo Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba (CCJ/UFPB), por meio da sua descrição, categorização e identificação dos metadados necessários à sua preservação digital. Para tal, buscou conhecer na literatura modelos que permitam descrever e categorizar os registros digitais arquivísticos criados pelo CCJ/UFPB; propor a categorização de uma amostra dos registros digitais arquivísticos produzidos pelo CCJ/UFPB baseada nos modelos disponíveis; e identificar os metadados necessários para a preservação digital dos registros digitais arquivísticos criados pelo CCJ/UFPB. Metodologicamente, trata-se de um estudo quantitativo e qualitativo, composto de pesquisa bibliográfica, descritiva e aplicada. A revisão sistemática e o estudo de caso nortearam os procedimentos utilizados para a coleta e análise dos dados. Os resultados apontam e descrevem duzentos e trinta e quatro tipos de registros digitais arquivísticos criados pelo CCJ/UFPB, categorizados de acordo com cinco modelos de registros digitais. Apresenta metadados de identificação da origem e localização, distinção entre nato digitais e digitalizados, descrição do dispositivo e sistemas utilizados, descrição automática e manual, demonstrados como os metadados para a preservação digital dos registros digitais arquivísticos. E oferece uma reflexão sobre a complexidade da natureza desses registros, os desafios teóricos e práticos decorrentes, dentre eles a necessidade de capacitação profissional dos arquivistas, com destaque para a definição de normas e padrões para os metadados de preservação digital específicos dos registros digitais arquivísticos.
Texto completo disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/20260/1/PedroFelipyCunhaDaSilva_Dissert.pdf