Aborda o processo de representação temática de documentos arquivísticos. Discute a organização e representação da informação que, com o uso dos sistemas automatizados, tornam-se questões essenciais por implicarem no acesso e uso dos documentos. A organização e representação da informação nos arquivos vêm ganhando espaço de discussão na literatura da Ciência da Informação. É necessário discutir e avançar na busca por referenciais teóricos que considerem as especificidades da área da Arquivologia. Uma dessas possibilidades são os modelos conceituais, que fornecem um quadro conceitual estruturado para relacionar dados. Analisam-se os modelos conceituais da família dos Functional Requirements (FR family), especificamente o modelo de representação de assunto, o Functional Requirements for Subject Authority Data (FRSAD), ou Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto. Objetiva propor um conjunto de entidades para representação temática de documentos arquivísticos, com base no modelo conceitual FRSAD. Subdivide o objetivo em a) Caracterizar as especificidades da representação temática de documentos arquivísticos; b) Mapear as entidades e atributos relacionados à representação temática nos modelos conceituais para descrição arquivística; c) Estabelecer os themas para representação temática em documentos arquivísticos, com base no modelo FRSAD. Apresenta uma abordagem qualitativa, quanto aos seus objetivos, caracterizando-se como uma pesquisa exploratória. Quanto aos procedimentos metodológicos, configura-se em uma pesquisa bibliográfica, que se utiliza da Análise de Conteúdo como metodologia procedimental da análise de dados. Apresenta os resultados divididos de forma a atender os três objetivos específicos. As características do documento arquivístico conduziram a três pontos fundamentais a serem considerados na sua representação temática: Deve basear-se no princípio da Proveniência e na característica da Organicidade; É realizada com base nas funções da Classificação e Descrição Arquivística; Está vinculada aos níveis de descrição. A determinação do conteúdo do documento arquivístico e sua representação é dependente de uma análise contextual, que abrange as entidades: Agente, Função, Atividade, Data e Lugar. A partir desse conjunto de entidades, chega-se ao ‘Concept/Thing’, traduzida para ‘Conceito/Objeto’, foco central da representação temática. Esse conjunto de entidades se constituem nos Themas, que têm sua pertinência atrelada a cada um dos principais níveis de descrição estabelecidos na ISAD (G): Fundo, Série, Processo e Peça. O conjunto de entidades apontado tem como principal objetivo caracterizar a Proveniência e a Organicidade, para que a análise temática, foco específico da entidade ‘Conceito/Objeto’, seja identificada com precisão e especificidade. Visualiza-se que o conjunto de entidades para representação temática permite a criação de relações significativas e dinâmicas entre os conjuntos documentais, fazendo com que a representação esteja mais próxima da dinamicidade das transformações pelas quais os documentos passam desde a produção. Conclui-se que os modelos conceituais qualificam e expandem as possibilidades de representação temática e conexão entre documentos arquivísticos.
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