Uma disciplina científica, para reivindicar tal condição, necessita de um conjunto de componentes claros, definidos e organizados. A ciência pode ser considerada um sistema de teorias, leis e métodos científicos que expliquem a realidade a qual se dedicam, tendo objetos definidos que demonstrem sincronia com a base de conhecimento a que pertencem. Como área de conhecimento, a Arquivologia se desenvolveu, e ainda se desenvolve, por meio da constante interação entre teoria e prática. Nesse sentido, esta tese tem como objetivo refletir sobre o lugar dos arquivos pessoais frente à fundamentação teórica arquivística, tema esse que merece maior atenção em virtude de, por muito tempo, os arquivistas somente reconhecerem como típicos de arquivo os documentos produzidos no âmbito corporativo. Num processo contínuo e sem crítica, os arquivos pessoais, por muito tempo, não foram reconhecidos no quadro conceitual da Arquivologia. Além disso, sua metodologia de organização tradicionalmente não estabelecia uma efetiva representação dos documentos tendo por base os princípios arquivísticos. Nesse sentido, a presente tese defende a noção de que os conjuntos documentais acumulados por pessoas constituem parte do universo dos arquivos e precisam ser tratados a luz dos princípios teóricos da área em especial o de respeito a ordem original, responsável por exprimir a ligação original, ou vínculo, entre os documentos, característica essa que individualiza um arquivo e o distingue de maneira determinante. Procura-se, portanto, apresentar um estudo teórico, com base na literatura da área e um campo empírico, onde busca-se a partir da análise prática entender e melhor definir o princípio em questão e sua aplicação no tratamento de arquivos pessoais.
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