MEDIAÇÃO CULTURAL EM INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS: o caso do arquivo público do estado do espírito santo (2015)

Taiguara Villela Aldabalde

A mediação cultural vai além da disponibilidade dos estoques de informação, esta é um
processo construído por agentes a partir de uma dinâmica interativa demarcada por lugares
institucionais. As instituições arquivísticas por sua vez estão sujeitas ao entendimento dos
agentes que influenciam as práticas de mediação cultural. O aspecto diretivo dessas práticas
enseja a reflexão sobre em que medida as gestões do Arquivo Público do Estado do Espírito
Santo (APEES) vem levando em conta as práticas de mediação cultural (tanto em termos
quantitativos como qualitativos). Essa tese tem como objetivo geral identificar as práticas de
mediação cultural no APEES em sucessivas gestões, no período de 1985 (ano da
Redemocratização no Brasil) a 2015, bem como discutir o entendimento do arquivo como
lugar de cultura no contexto da gestão da instituição. Como metodologia, utilizou-se a
pesquisa histórico-documental, tendo como base o fundo Arquivo Público do Estado do
Espírito Santo, com o mapeamento dos tipos de práticas de mediação cultural, a partir de uma
perspectiva diacrônica. Como referencial teórico, trabalhou-se com os conceitos de cultura de
direitos culturais de mediação cultural de mediação cultural no patrimônio de mediação
cultural em arquivos de tipologias de atividades culturais no arquivo de serviço de apoio
cultural e de Economia da Cultura. Os resultados mostram que no período mencionado, o
APEES realizou um total de 221 práticas de mediação cultural na instituição, classificadas em
diferentes tipologias. Os resultados indicam, também, a predominância de dois tipos de
práticas de mediação cultural: as efemérides e as visitas escolares, a primeira devido ao
“Programa Arquivo Itinerante”. Os dados nos permitem inferir que o arquivo lutou contra a
ocultação do patrimônio arquivístico ao dirigir sua política à diversidade cultural e social que
compõe o estado do Espírito Santo, transitando pelos territórios culturais, promovendo
atividades que valorizaram as expressões de cada cultura em particular. No que se refere à
quantidade e qualidade das práticas de mediação cultural, constatou-se, ainda, uma assimetria
entre as diferentes gestões do APEES o que pode ser explicado pelo entendimento dissimilar
dessas gestões sobre o arquivo como lugar de cultura, que, em alguns casos, permitiu a
adoção, pela instituição, de uma política de parceria que incluiu artistas, escolas,
universidades, governos, secretaria de cultura e outros agentes.

Texto completo disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/19742/1/2015_TaiguaraVillelaAldabalde.pdf

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