Após a vigência de longos períodos de ditaduras militares, iniciam-se, em diversos países processos de justiça transicional e de implementação de políticas de memória. A criação de arquivos e o recolhimento de fundos provenientes de instituições que formavam os aparatos repressivos e de organizações de resistência à repressão são práticas fundamentais para subsidiar a justiça transicional e as políticas de memória na região. Nesse contexto, destacam-se também os arquivos provenientes de indivíduos que vivenciaram esse processo. A capacidade dos arquivos pessoais revelarem contextos sociais mais amplos a partir da consciência de que um documento individual não é somente portador de conteúdo privado, mas também, um reflexo histórico e coletivo é parte deste projeto que visa identificar as instituições que possuem arquivos pessoais de contexto ditatoriais. Nosso objetivo nesta pesquisa é analisar e compreender as políticas de aquisição de instituições públicas para arquivos pessoais, de forma a afirmar a importância desses instrumentos para a existência de acervos mais democráticos e que sirvam como ferramenta de entendimento do passado e interpretação do presente.